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Dificilmente encontramos entre trabalhadores domésticos e respectivos patrões uma relação de cordialidade. A estoria de Ruben é simplesmente uma daquelas que faz lembrar um homem consciente dos seus objectivos: trabalhar.
Apesar de ganhar menos, Ruben espera vencer a pobreza
Ruben Jacinto, é um jovem de 27 anos de idade, residente no Bairro de Patrice Lumumba em Maputo, natural de Inhambane que imigrou para Maputo a procura de emprego e melhores condições vida.
Ruben é um Vendedor Informal, trabalha para a sua patroa numa pequena merciaria instalada no mercado Fajardo na cidade de Maputo, onde se comercializa produtos alimentícios diversos. Não vai a escola, trabalha todos os dias de Segunda á Sabádo aos Domingos intercala, isto é um domingo sim, e o outro não, e não tem direito a férias .
O seu trabalho consiste na compra e venda de produtos. Ruben ganha mensalmente 2.000 MT não pagos com regularidades.
O exemplo de bom trabalhador
Apesar do baixo salário, gosto do que faço
Ruben tem um bom relacionamento com a sua patroa. Ele conta-nos a única vez que se desentendeu com a sua patroa. “Em 2008 tive um problema com a minha patroa porque não consegui apresentar as contas da melhor forma. Faltava algum dinheiro. E eu não consegui justificar onde estava. Ai a patroa zangou-se comigo e eu triste, pedi demissão e sai para casa. Depois de algum tempo a patroa procurou-me e pediu-me para que voltasse a trabalhar e eu aceitei até hoje”.
Ruben vive numa casa sem energia por falta de dinheiro para pagar. Usa para iluminação os candeeiros alimentados pela parafina ou petroleo de iluminar. Nas suas palavras, “como é que é possivel pagar energia ganhando dois mil meticais? Acha isso posivel? Questionou-nos. “Talves se ganhasse cinco mil, seis é que podia pensar nisso”. Rematou, em tom de desabafo.
Casado e com uma filha, Ruben luta pela vida. Grande parte do que ganha é directamente endossado às despesas de casa; come uma vez o dia uma vez ter direito à alimentação no local de trabalho, pelo que “poupo o dinheiro no máximo para garantir que no final do dia haja comida para minha mulher e filhos.”
Gerir expectativas
Perguntamos ao Ruben quais eram as suas expectativas para o futuro.
O que você quer como teu futuro – perguntamos nós. “Eu? Eu quero iniciar meu próprio negócio, talves começando do pequeno como a minha senhora começou. Ela tem sempre me dito que devemos começar, não importa de onde. Mas a forma como estou a ver as coisas, acho que levará mais tempo. Talvés depois do proximo ano.
Poruqê? Quisemos saber. “ O problema é dinheiro só. Se tiver dinheiro eu iria abrir o meu próprio negócio, porque já conheço o trabalho.” Se um dia conseguir ter o que preciso, irei sair daqui para iniciar meu proprio negócio para poder viver em paz e felicidade com minha família.”
Ruben gostava de construir a sua propria casa e melhorar a sua dieta alimentar. Mas até que la aconteça, ele deverá se contentar com as constante s do carapau e farinha de milho.
E para a sua felicidade, Ruben não compara a sua vida com a dos outros. “Eu não quero comparar-me para não cair morrer”, respondeu Ruben quando perguntamos se sabia dos seus direitos laborais e do salário que é praticado sector.
“Tudo o que eu quero é no futuro sair-me da pobreza”.
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